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Mostrando postagens de outubro, 2009

Repórteres protagonistas

A vaidade dos jornalistas não tem limites. Cada vez mais. Jornalista, que é um ser vaidoso por natureza, agora tem reforçada esta sua característica com a mania implantada nos jornais brasileiros - certamentre copiada de algum modelo norte-americano, que todos amam seguir - de seu repórter brilhar. Sou do tempo em que o jornalista era o personagem secundário de uma reportagem. Hoje é o personagem principal. Se não, como explicar a função de, em cada viagem que algum repórter faz para uma cobertura, colocarem a fotinho do vivente impressa no jornal, ao lado da assinatura? Nem precisa ser em viagem. Até em crônica de jogo de futebol do Gauchão já tem isso. É demais. Vulgarizou. E nas TVs, então, o padrão "miriam leitaniano" de informar é o seguinte: "EU conversei agora há pouco com o Presidente da República...". Por favor, um pouco de humildade é sempre bom. Ora, se é jornalista, e tem fontes, importantes fontes, não precisa, e nem deveria, ficar anunciando a toda hor

Gatos e felinos

A você, mulher, que está aí solitária, reclamando que homens andam escassos ou que são todos canalhas, um conselho: livre-se do seu gato! Não falo daquele príncipe de olhos castanhos e pele bronzeada. Refiro-me ao de olhos azuis, pelo e quatro patas. Aquele que não deixa a tampa do vaso levantada, mas em compensação, deixa a casa fedendo. Aquele que não solta pum ao seu lado na cama, mas infesta a casa de urina e cocô. É o mesmo que, embora esteja sempre sóbrio e só beba leite, ao invés de cerveja, você nunca poderá contar pra lhe ajudar, por exemplo, a trocar o botijão de gás. Ou a instalar o aparelho de DVD. Portanto, insisto: livre-se de seu felino! Homem detesta gato, vai por mim. Se você está começando um relacionamento e vai ver um filmezinho no sofá na quarta-feira, chute o gato da sala! Homem detesta gato, detesta sim. É um bicho traiçoeiro e preguiçoso, que passa o dia dormindo. Se seu namorado (ou marido) convive em paz com seu gato, não é porque goste dele. Está apenas sendo

O divórcio

– O que tu vai fazer agora? – quis saber o Rudinei, sentado à mesa do bar, virando o terceiro chopp junto com o amigo Juarez, que duas horas atrás, assinara o divórcio. O casamento com Lucila chegara ao fim depois de 10 anos. – Vou tentar endurecer o pau novamente, arranjar uma mulher de 30 e ter mais um filho – respondeu Juarez, dando o último gole e esvaziando a tulipa. A resposta surpreendeu e, ao mesmo tempo, satisfez Rudinei, que riu. Ao menos percebia que o humor do seu melhor amigo começava a ser recuperado. O fato de ter encerrado a relação desgastada com a ex-mulher era um alívio para Juarez. Nos últimos meses, cada vez mais afastado de Lucila, não sentia mais tesão. Sexo vinha sendo um sacrifício, como uma ação protocolar no escritório. Queria recuperar o prazer, mas não faria isso junto com Lucila. Tinha até mais dificuldades para manter uma ereção com ela, por isso falou que queria "endurecer o pau novamente". Aos 43 anos, Juarez se sentia disposto a ter novas rel

Welcome to the first world!!

Em 2014, a Copa. Em 2016, os Jogos Olímpicos. Bem-vindo ao primeiro mundo, cidadão brasileiro! Finalmente, você deixou de ser um Zé Ninguém e passou a ser um Zé Alguém. Somente com a aventura carioca, estão previstos investimentos de US$ 14 bi, entre o setor público e privado. Certamente, a maior parte, pública, como sempre. Um outro tanto para a Copa do Mundo, que apenas para reformar e construir estádios nas cidades sedes seriam cerca de R$ 2,8 bilhões. Isso por baixo, mas como o orçamento sempre estoura nesses casos, vai saber...Aí, aparece o dinheiro público para socorrer. Como no último Pan, também no Rio, quando prevíamos R$ 400 milhões de gastos e acabamos gastando R$ 4 bi. Um "pequeno" estouro. Eu, ao contrário da maioria daqueles que me cercam, que não escondem a euforia, estou chateado. Trabalhei durante 20 anos no jornalismo esportivo, mas nem precisaria disso pra saber que competições deste tipo no País são feitas para poucos faturar muito, e muitos, alijados, cur

Aventura d'u...Colombo

Hoje aconteceu comigo algo surreal. Fui até a Camisaria Colombo, no Bourbon Country, em Porto Alegre, pagar a primeira prestação de uma compra que fiz no final de agosto. Ao chegar à loja, a caixa, sorridente, me surpreendeu: - Senhor, só aceitamos pagamento em dinheiro aqui na loja. Esperava pagar com cartão de débito, mas com a maior das boas vontades, fui até um caixa eletrônico dentro do shopping e saquei o valor da prestação. Retornei à loja. Após uma série de tentativas, inclusive com a presença do gerente, foi impossível estabelecer comunicação do caixa com a central de pagamentos da Colombo. A moça então disse que tiraria pra mim uma segunda via do boleto, já que o meu, o sistema não estava conseguindo ler o código de barras. Decidi dar um passeio pelo shopping e voltar mais tarde. Foi o que fiz por volta de 21h30min. Qual não foi minha outra surpresa: a minha segunda via não havia sido impressa e novamente, após uma dezena de tentativas do gerente, foi impossível realizar o pa