O divórcio
– O que tu vai fazer agora? – quis saber o Rudinei, sentado à mesa do bar, virando o terceiro chopp junto com o amigo Juarez, que duas horas atrás, assinara o divórcio. O casamento com Lucila chegara ao fim depois de 10 anos.
– Vou tentar endurecer o pau novamente, arranjar uma mulher de 30 e ter mais um filho – respondeu Juarez, dando o último gole e esvaziando a tulipa.
A resposta surpreendeu e, ao mesmo tempo, satisfez Rudinei, que riu. Ao menos percebia que o humor do seu melhor amigo começava a ser recuperado. O fato de ter encerrado a relação desgastada com a ex-mulher era um alívio para Juarez. Nos últimos meses, cada vez mais afastado de Lucila, não sentia mais tesão. Sexo vinha sendo um sacrifício, como uma ação protocolar no escritório. Queria recuperar o prazer, mas não faria isso junto com Lucila. Tinha até mais dificuldades para manter uma ereção com ela, por isso falou que queria "endurecer o pau novamente".
Aos 43 anos, Juarez se sentia disposto a ter novas relações amorosas e, porque não, casar novamente. Mas o que ele mais desejava mesmo era um outro filho. Da relação com Lucila restou o encantador Guilherme, 8 anos. Apenas ele, já que Lucila nunca se mostrou disposta a encarar uma segunda gravidez. Por Gui, Juarez lamentava o fim do casamento. Com o acordo, a guarda ficou com a mãe. Ver o filho algumas poucas vezes por mês e crescer sem o pai ao lado o aborrecia. Pensava o quanto havia sido egoísta quando decidiu se divorciar, considerando apenas o seu bem-estar e esquecendo o do menino. Não adianta. Adultos são assim. Egoístas. Mas melhor que seja desse jeito, pensou Juarez, não com o menino crescendo e vendo os pais brigar e numa relação artificial sob o mesmo teto.
– Um brinde – disse Juarez, erguendo o copo em direção ao amigo. – E viva a liberdade! – emendou, antes de dirigir o olhar à mesa do lado, na qual quatro moças bebiam desacompanhadas, sem lhe dar atenção.
– Vou tentar endurecer o pau novamente, arranjar uma mulher de 30 e ter mais um filho – respondeu Juarez, dando o último gole e esvaziando a tulipa.
A resposta surpreendeu e, ao mesmo tempo, satisfez Rudinei, que riu. Ao menos percebia que o humor do seu melhor amigo começava a ser recuperado. O fato de ter encerrado a relação desgastada com a ex-mulher era um alívio para Juarez. Nos últimos meses, cada vez mais afastado de Lucila, não sentia mais tesão. Sexo vinha sendo um sacrifício, como uma ação protocolar no escritório. Queria recuperar o prazer, mas não faria isso junto com Lucila. Tinha até mais dificuldades para manter uma ereção com ela, por isso falou que queria "endurecer o pau novamente".
Aos 43 anos, Juarez se sentia disposto a ter novas relações amorosas e, porque não, casar novamente. Mas o que ele mais desejava mesmo era um outro filho. Da relação com Lucila restou o encantador Guilherme, 8 anos. Apenas ele, já que Lucila nunca se mostrou disposta a encarar uma segunda gravidez. Por Gui, Juarez lamentava o fim do casamento. Com o acordo, a guarda ficou com a mãe. Ver o filho algumas poucas vezes por mês e crescer sem o pai ao lado o aborrecia. Pensava o quanto havia sido egoísta quando decidiu se divorciar, considerando apenas o seu bem-estar e esquecendo o do menino. Não adianta. Adultos são assim. Egoístas. Mas melhor que seja desse jeito, pensou Juarez, não com o menino crescendo e vendo os pais brigar e numa relação artificial sob o mesmo teto.
– Um brinde – disse Juarez, erguendo o copo em direção ao amigo. – E viva a liberdade! – emendou, antes de dirigir o olhar à mesa do lado, na qual quatro moças bebiam desacompanhadas, sem lhe dar atenção.
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