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Mostrando postagens de março, 2010

Liberdade vigiada

Já que a vida é mesmo um big big brother, e hoje tem a final, estava eu debatendo sobre as redes sociais com a Simone, que até foi quem me sugeriu que escrevesse no blog sobre isso. Eu, realmente, devo ser um cara mais "antigo" do que penso. Para começar, não sou uma pessoa que fique muito "à vontade" com os recursos que a informática nos proporciona, e isso, nos dias atuais, é um atraso. Tenho orkut (que fiz meio a contragosto, admito, atendendo um pedido da Manô e da Simone), facebook (que acabei me cadastrando por "imposição", para aceitar um amigo que me convidou, caso contrário, não teria feito) e twitter (que nunca acesso). O máximo da modernidade pra mim, até bem pouco tempo atrás, eram dois emails, um blog e um MSN. Cheguei ao ápice quando instalei uma webcam no meu micro pro skype. Mas, de fato, não me sinto à vontade com tudo isso, não me agrada a ideia de ser invadido por pessoas que sequer conheço (tampouco pelas que conheço!) como ocorre, por

Torpedinho

– A mulher tinha um olho que parecia uma bolita de gude. – Como, redondo e brilhante? – Não, de vidro!

No banho com a Soninha

Responda (não precisa ser rápido, dou uns minutinhos pra pensar...): você seria capaz de tomar banho junto com uma amiga apenas para esfregar-lhe as costas, como irmãos? E você, mulher, dividiria o box com aquele amigo bem próximo para somente passar-lhe shampoo? Pois o José fez isso com a Soninha, e admitiu para a turma, naquela noite, na mesa do bar: – Ah, para, tu tá nos tirando, né? – foi o que ouviu dos amigos, que riram da sua cara. – É sério, vocês não acreditam? José e Soninha se conheciam há 5 anos, desde que ela entrou na firma e passou a trabalhar nos Recursos Humanos junto com ele. A afinidade foi imediata, já que tinham algumas coisas em comum: se formaram em Administração na mesma universidade, embora em anos diferentes, gostavam de jazz, torciam pro mesmo time, liam Agatha Christie e adoravam licor de chocolate. Até se criaram meio próximos, em duas cidades do Interior separadas apenas por 55 quilômetros, e frequentaram algumas das mesmas festas na região – De repente, a

Da série coisas difíceis de entender...

Se as pessoas ligam o ar-condicionado para espantar o calor enquanto dormem, por que usam edredon para se aquecer?

A menina só

Os minutos foram se passando, e Marina começou a ficar nervosa. Fazia mais de uma hora que dera o sinal, e a essa altura, além da funcionária da recepção, a diretora da escola, a coordenadora pedagógica, e mais três professoras, inclusive Liége, a da 1ª Série, que Marina frequentava, realizavam um mutirão de telefonemas, tentando localizar algum parente que viesse buscar a menina, de seis anos. A escola estava vazia, até os últimos alunos retardatários já haviam batido em retirada. A tarde, já encoberta pelo crepúsculo, se despedia com uma chuva fina e um vento gelado. Os pais de Marina normalmente se atrasavam para buscá-la na escola. Às vezes a mãe, outras vezes o pai, pontualidade não era o forte deles. Mas nunca ocorrera de a filha ter ficado mais do que 30 minutos esperando alguém para levá-la para casa. Havia uma salinha na recepção na qual as crianças menores permaneciam até a chegada de pais retardatários. Marina estava sozinha. Mantinha a mochila colorida de pé à frente dos pé

Livros que me orgulho de ter lido

listinha bem restrita, pra ficar ainda mais difícil de escolher. As opções foram citadas não necessariamente pela ordem de preferência, mas por terem vindo à lembrança nesta ordem: 1) Crime e Castigo 2) O Processo 3) O Jogador 4) Abusado 5) Anjo Pornográfico 6) O Apanhador no Campo de Centeio 7) O Escaravelho do Diabo – Esse merece uma explicação. Não recordo o autor ( pesquisei no amigo Google, é de Lúcia Machado de Almeida ), mas é a lembrança mais remota de um livro que li na escola e, com um detalhe importante: lido e gostado. Talvez tenha sido o livro que me despertou para a leitura

Sobre argentinos

Pensei já ter escrito sobre isso aqui no blog, mas na pesquisa que fiz nos tópicos não encontrei. É a respeito daquelas pessoas (boa parte da população brasileira) que fazem questão de falar mal de argentinos e de sempre torcerem contra eles. Os argumentos são diversos: "Eles são arrogantes, se acham, são mal-educados, racistas, etc, etc...". Concordo em parte. Mas posso enumerar uma outra série de adjetivos que me faz admirar os hermanos e gostar deles: 1) São mais cultos e têm melhor formação educacional que os brasileiros 2) Lêem mais do que nós 3) Discutem - e bem - política 4) Têm mais "gana" 5) Todas essas virtudes acima os tornam menos alienados do que os brasileiros. Quando algo não está bom nos governos, eles vão às ruas, protestam, batem panelas e derrubam governos, se assim for preciso. Julgam - e prendem - os assassinos da ditadura militar 6) A capital deles é muito melhor do que a nossa. Anos-luz melhor. Ofereça-me três jogadores argentinos bons pra jog

Isso não tem importância

Mulheres, se um dia vocês sairem com um pretendente, namorado ou marido, não liguem se eles não notarem no seu vestido, ou não repararem no seu novo corte de cabelo. Não provoquem uma crise por isso. Não façam beicinho, não resmunguem, nem mostrem aquele ar de quem não gostou de alguma coisa, mas não diz o que é, o que faz com que o coitado passe todo o jantar sabendo que há algo errado, mas sem descobrir o quê. "Foi alguma coisa que eu disse? Ou algo que eu fiz?", tenta desvendar o cidadão, sem obter resposta. Sabe por que vocês não devem ligar pra isso? Porque simplesmente o seu vestido ou o corte do seu cabelo não tem importância. É como aquele comercial da Volkswagen: são raras as mulheres que sabem a marca, ou o modelo, do carro com o qual o pretendente passou na sua casa para pegá-la pela primeira vez para sair. Nem por isso os homens ficam chateados ou brabos por vocês não repararem neste detalhe. Sabem por quê? Porque, para nós, isso não é importante: o importante é

Calça saruel

Existe coisa mais ridícula na moda atual do que as calças saruel? A criatura parece que tá cagada, de bombacha. Há quem goste e use. Bom, tem gente que gosta e come bife de fígado, também. Tem gosto pra tudo neste mundo

Opostos que se atraem

Eliete era a "parte macho" do casal, costumavam brincar os amigos. Quando no restaurante, o pedido com alguma frequência era de uma cerveja e um refrigerante para acompanhar o prato. O garçom não tinha dúvidas: ao servir, colocava a cerveja na mesa diante do Roger e o refrigerante na frente da Eliete. Ato contínuo ele, meio constrangido, indicava para que o garçom fizesse a troca: – O refrigerante é para mim – dizia o marido. Depois de sucessivas repetições da cena em diferentes restaurantes, parou de avisar. Preferia que o garçom se retirasse para só então ele mesmo fazer a troca. Nas refeições, também ela costumava pedir os pratos mais apimentados ou calientes: pizza de calabresa, carne com chilly . Para ele, cebolinha na manteiga, ou filé ao molho de queijo. Champanha, para Eliete, era brut. Para Roger, demi sec. O mesmo com o vinho: seco para um, suave para outro. Vai ver por isso se davam tão bem. Os opostos se atraem, dizem. Eliete torcia para o Inter, Roger, para o Grê