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Mostrando postagens de 2009

O emo

Tem a história aquela da moça do Interior que, residindo na Capital, voltou um dia a sua terra natal pra visitar os pais. No sábado, pra não ficar entediada em casa, já que estava acostumada a sair ao menos duas vezes por semana desde que se mudara pra cidade grande, apanhou outras patricinhas e decidiu atualizar as fofocas no barzinho local. Na verdade, um bar com pista de dança, no qual os filhos das famílias mais abastadas se encontram aos finais de semana. Sentada com as amigas, ela percebeu a presença de um rapaz diferente em uma mesa próxima, um que ela não lembrava de conhecer, isso que ela era bem popular na cidade. O cara era "bem bonitão", e logo a aproximação entre ambos – morena, bronzeada, coxas de academia de ginástica, ela também era a que mais se destacava entre as cinco mulheres do grupo – aconteceu. Rapidamente, após 20 minutos de conversa, tirou a ficha e a folha corrida do "gato": filho de um comerciante que começou vendendo madeiras e se tornou

Da série coisas difíceis de entender...

- Se fazemos regime pra comer menos e emagrecer, por que pagamos mais no caixa do supermercado? - Se o Congresso é de INOVAÇÃO, por que os painelistas falam, falam, com powerpoint ao fundo, e a platéia dorme? Só se for um jeito inovador de as pessoas pegarem no sono!

Repórteres protagonistas

A vaidade dos jornalistas não tem limites. Cada vez mais. Jornalista, que é um ser vaidoso por natureza, agora tem reforçada esta sua característica com a mania implantada nos jornais brasileiros - certamentre copiada de algum modelo norte-americano, que todos amam seguir - de seu repórter brilhar. Sou do tempo em que o jornalista era o personagem secundário de uma reportagem. Hoje é o personagem principal. Se não, como explicar a função de, em cada viagem que algum repórter faz para uma cobertura, colocarem a fotinho do vivente impressa no jornal, ao lado da assinatura? Nem precisa ser em viagem. Até em crônica de jogo de futebol do Gauchão já tem isso. É demais. Vulgarizou. E nas TVs, então, o padrão "miriam leitaniano" de informar é o seguinte: "EU conversei agora há pouco com o Presidente da República...". Por favor, um pouco de humildade é sempre bom. Ora, se é jornalista, e tem fontes, importantes fontes, não precisa, e nem deveria, ficar anunciando a toda hor

Gatos e felinos

A você, mulher, que está aí solitária, reclamando que homens andam escassos ou que são todos canalhas, um conselho: livre-se do seu gato! Não falo daquele príncipe de olhos castanhos e pele bronzeada. Refiro-me ao de olhos azuis, pelo e quatro patas. Aquele que não deixa a tampa do vaso levantada, mas em compensação, deixa a casa fedendo. Aquele que não solta pum ao seu lado na cama, mas infesta a casa de urina e cocô. É o mesmo que, embora esteja sempre sóbrio e só beba leite, ao invés de cerveja, você nunca poderá contar pra lhe ajudar, por exemplo, a trocar o botijão de gás. Ou a instalar o aparelho de DVD. Portanto, insisto: livre-se de seu felino! Homem detesta gato, vai por mim. Se você está começando um relacionamento e vai ver um filmezinho no sofá na quarta-feira, chute o gato da sala! Homem detesta gato, detesta sim. É um bicho traiçoeiro e preguiçoso, que passa o dia dormindo. Se seu namorado (ou marido) convive em paz com seu gato, não é porque goste dele. Está apenas sendo

O divórcio

– O que tu vai fazer agora? – quis saber o Rudinei, sentado à mesa do bar, virando o terceiro chopp junto com o amigo Juarez, que duas horas atrás, assinara o divórcio. O casamento com Lucila chegara ao fim depois de 10 anos. – Vou tentar endurecer o pau novamente, arranjar uma mulher de 30 e ter mais um filho – respondeu Juarez, dando o último gole e esvaziando a tulipa. A resposta surpreendeu e, ao mesmo tempo, satisfez Rudinei, que riu. Ao menos percebia que o humor do seu melhor amigo começava a ser recuperado. O fato de ter encerrado a relação desgastada com a ex-mulher era um alívio para Juarez. Nos últimos meses, cada vez mais afastado de Lucila, não sentia mais tesão. Sexo vinha sendo um sacrifício, como uma ação protocolar no escritório. Queria recuperar o prazer, mas não faria isso junto com Lucila. Tinha até mais dificuldades para manter uma ereção com ela, por isso falou que queria "endurecer o pau novamente". Aos 43 anos, Juarez se sentia disposto a ter novas rel

Welcome to the first world!!

Em 2014, a Copa. Em 2016, os Jogos Olímpicos. Bem-vindo ao primeiro mundo, cidadão brasileiro! Finalmente, você deixou de ser um Zé Ninguém e passou a ser um Zé Alguém. Somente com a aventura carioca, estão previstos investimentos de US$ 14 bi, entre o setor público e privado. Certamente, a maior parte, pública, como sempre. Um outro tanto para a Copa do Mundo, que apenas para reformar e construir estádios nas cidades sedes seriam cerca de R$ 2,8 bilhões. Isso por baixo, mas como o orçamento sempre estoura nesses casos, vai saber...Aí, aparece o dinheiro público para socorrer. Como no último Pan, também no Rio, quando prevíamos R$ 400 milhões de gastos e acabamos gastando R$ 4 bi. Um "pequeno" estouro. Eu, ao contrário da maioria daqueles que me cercam, que não escondem a euforia, estou chateado. Trabalhei durante 20 anos no jornalismo esportivo, mas nem precisaria disso pra saber que competições deste tipo no País são feitas para poucos faturar muito, e muitos, alijados, cur

Aventura d'u...Colombo

Hoje aconteceu comigo algo surreal. Fui até a Camisaria Colombo, no Bourbon Country, em Porto Alegre, pagar a primeira prestação de uma compra que fiz no final de agosto. Ao chegar à loja, a caixa, sorridente, me surpreendeu: - Senhor, só aceitamos pagamento em dinheiro aqui na loja. Esperava pagar com cartão de débito, mas com a maior das boas vontades, fui até um caixa eletrônico dentro do shopping e saquei o valor da prestação. Retornei à loja. Após uma série de tentativas, inclusive com a presença do gerente, foi impossível estabelecer comunicação do caixa com a central de pagamentos da Colombo. A moça então disse que tiraria pra mim uma segunda via do boleto, já que o meu, o sistema não estava conseguindo ler o código de barras. Decidi dar um passeio pelo shopping e voltar mais tarde. Foi o que fiz por volta de 21h30min. Qual não foi minha outra surpresa: a minha segunda via não havia sido impressa e novamente, após uma dezena de tentativas do gerente, foi impossível realizar o pa

Polêmica

No Programa do Lauro Quadros, hoje pela manhã, na Gaúcha. - O Brasil deve ceder ou endurecer? A pergunta se referia à questão Zelaya/Honduras, vamos deixar bem claro. Eu morrerei convicto: endurecer. Sempre. Sem perder a ternura, mas endurecendo. Jamais ceder

Sentimentos

Às vezes penso que um dos males do ser humano é o sentimento. O fato de tê-lo e o de não tê-lo. Se não, como explicar o amor de pessoas por seus bichinhos de estimação, e a indiferença pelo próximo? Como alguns casais podem adotar um cão e rejeitar uma criança? Talvez porque seja muito mais difícil lidar com pessoas, e seus sentimentos, do que com animais, que não reclamam, fazem poucas exigências e não contestam.

A guerra que perdemos. E comemoramos

Certa está a Simone, ao observar que comemoramos o 20 de setembro, o dia que, em 1835, começamos a Revolução Farroupilha. Poderíamos comemorar o dia em que ela terminou, se tivéssemos motivo para tal, claro. Com o que concordo plenamente. Mas, como levamos uma surra do governo central, é melhor esquecer a data em que o Tratado de Ponche Verde, que pôs fim à guerra, foi assinado, em 25 de fevereiro de 1845, e nos concentrarmos apenas no seu início. Portanto, convém lembrar do dia que os gaúchos, cansados de tamanho descaso do governo republicano, resolveram se rebelar. A revolta durou uma década. Essa insurgência é que orgulha os gaúchos. O fato de não baixar a cabeça e aceitar de forma passiva os desmandos. Não faz parte de nossa índole. Então: viva o 20 de setembro!

Haja paciência!

Tem cada coleguinha, que vou te contar... Ontem, fui cobrir a visita do presidente Lula ao RS, no início das obras da BR-448, em Sapucaia do Sul. Cheguei, com a equipe, três horas antes do Lula aparecer. Tudo bem, pode ter sido um exagero tamanha antecedência, mas ainda é melhor pecar pelo excesso do que pela falta, costuma-se dizer por aí. Tive que ter muita paciência para aguardar um tempão, sem absolutamente nada a fazer, apenas esperando, esperando... Mas, afinal, qual jornalista não aprende a ser paciente? Ao menos não enfrentamos congestionamento, pude pegar um bom lugar no reservado da imprensa, o Milton, cinegrafista, instalou sua câmera tranquilamente em um local que proporcionava um bom ângulo, assim como o Dudu, o fotógrafo. O brabo são aqueles que chegam em cima da hora e vão pedindo licença, às vezes nem isso, pra se instalar. Falo especialmente de cinegrafistas e fotógrafos, embora tenha muito colega jornalista que, ao chegar atrasado, saia perguntando pra todos os outros

Feliz aniversário!

Aniversários são datas para celebração e alegria, mas os meus me dão motivos para boas doses de frustração.Tirando meus queridos familiares, sempre presentes, e colegas/amigos do trabalho, que são as pessoas próximas a mim, ninguém se lembra de me parabenizar. O meu celular não toca, e minha caixa de email permanece apenas com as mensagens triviais diárias. Avalia-se a popularidade de alguém pelo número de vezes que o celular toca, não me canso de repetir isso. Nesta quinta-feira, ao menos recebi um telefonema da gerente do meu banco. Me cumprimentou pelos 45 anos e, na sequencia, me empurrou um cartão de crédito, claro. Meu clube me telefonou ontem pra me oferecer um ingresso pro jogo de domingo e me enviou email hoje parabenizando. Muito gentil. A explicação é simples: pra todas as nossas ações há uma reação igual ou equivalente. Se não lembro de ligar pros meus amigos no aniversário deles, não posso exigir que o façam no meu.

Diploma

É fato que as faculdades de jornalismo não preparam um profissional. Mas diga-me: qual a faculdade que forma profissionais prontos? Poucas, quase nenhuma, assim mesmo, não porque a escola seja perfeita, mas porque o aluno é excepcional, acima da média, e já sai pronto para o mercado. De resto, o que ocorre é o seguinte: médico só sai apto a abrir corpos e fazer cirurgias depois de anos de prática em residência e em hospitais. Advogado só sai preparado para o júri depois de algumas experiências práticas em júris de verdade. Qual a construtora que entrega o projeto de um prédio a um engenheiro recém-formado para executá-lo sozinho (tenho até medo de pensar sobre isso, acredito que nenhuma seja irresponspável a este ponto)? Primeiro, é preciso alguma experiência em várias obras. Portanto, o ditado é surrado, mas válido: a prática faz a perfeição. Portanto, cai por terra o argumento daqueles que dizem, que "faculdades de jornalismo não preparam jornalistas" e por isso defendem a

Felicidades, amigo

Conheço o Luciano há apenas três anos. Pouco tempo, considerando que pessoas como ele a gente deve ter o privilégio de se relacionar o máximo que puder, mas tempo suficiente para saber que o "Turco" é um dos caras mais íntegros e corretos com quem já convivi. Isso sem falar na sua capacidade profissional, um designer gráfico altamente criativo. Apesar do pouco tempo de parceria, posso considerá-lo um dos melhores amigos que formei em quase 45 anos de vida. Assim como eu, aposto que as dezenas de amigos que ele conquistou em seus 33 anos também pensam assim. Portanto, o Lu não tem amigos, mas inúmeros "melhores amigos". Mede-se o grau de popularidade de uma pessoa pelo número de vezes que o celular dela toca, certo? Pois o do Lu toca muito, muito mesmo! É este Luciano que vai levar a Dani ao altar no próximo sábado. Tenho certeza que a frase das cerimônias religiosas de casamento cairá como uma luva para os dois: "E sejam felizes para sempre". Taí o cunhado

Frases

Tem um amigo meu que diz: algumas mulheres são tão complicadas que deveriam vir acompanhadas de manual de instrução! Eu complemento: não basta entender as mulheres, é preciso saber interpretá-las.

Coisas que não consigo entender...(parte sei lá qual)

falam que o sistema por pontos corridos do campeonato brasileiro é o mais justo, pois premia o melhor e evita o formulismo. Ora, no ano passado o Grêmio venceu os dois jogos contra o São Paulo e perdeu o título. Perdeu o título pros outros, não pro campeão. Formulismo total!!!!

Mensagem para Manô

Manoela, minha filha amada: Neste Dia dos Pais, quero te dar parabéns. És tu que o merece. Desde o momento em que expressaste o teu primeiro som, naquele 31 de outubro de 2001, te tornaste protagonista. O personagem principal de uma obra que, se eu não a vivesse contigo, juraria tratar-se de ficção. Mal chegaste aos sete anos de vida, Manoela, mas é incrível o teu poder. O poder de transformar, que vem desde quando, como já te falei, deste o teu primeiro berro nos braços da obstetra, já reivindicando a atenção do mundo e de teu feliz e aflito pai de primeira viagem. Pai que, seguramente, é outro homem desde então. Aí está o teu primeiro mérito. A capacidade de, mesmo tão pequena e indefesa, quebrar as resistências de um cara já maduro, que se julgava devidamente vacinado contras as armadilhas que nos prega o coração. Mas que, surpreendido, se deixa vencer diariamente por um sorriso teu, um pedido, uma palavra, uma expressão, um olhar, ou mesmo um movimento de corpo, por mais sutil que

O jogo dos erros

Uma das razões que me fazem não gostar de vôlei é o fato de ser um jogo de erros, não de acertos. Raciocine comigo: se você seguisse tudo certinho, sacando e o adversário respondendo, atacando, sem que ninguém cometesse erros, o jogo seria interminável. Portanto, um time só vence se o adversário comete erro. Você não tem como tomar-lhe a bola, por exemplo, como no futebol ou no basquete. É um jogo que privilegia erros, não acertos. Tanto é verdade que não existe empate, sempre sai um vencedor: aquele que erra menos. Outra: não existe contato físico, o enfrentamento, a chance de você desarmar o adversário, e armar um contra-ataque fulminante. É tanta a aversão do vôlei ao enfrentamento, contato entre atletas que, se você coloca a ponta do tênis no lado adversário, é punido por invasão. Parece guarda de fronteiras. Daqui a pouco, vão instalar minas terrestres na quadra vizinha pra que você não invada. Até no xadrez existe mais enfrentamento. Ao menos você invade o espaço adversário com s

Quarentão sem noção

Foi então que, depois de anos casado, Eliseu viu-se, aos 42, divorciado. Livre da Ester, que ultimamente vinha sendo mais um estorvo do que uma companhia. Passou, então, a frequentar bares e boates. Só que Eliseu era totalmente "without notion", ou "sem noção", como preferirem. Andava "enferrujado" da vida noturna, hábito que perdera depois que passou a viver a rotina caseira de seu "castigo" com Ester. Nesta sua nova fase, apesar de agora um quarentão, Eliseu dificilmente abordava as mulheres da sua idade. Como parou de badalar na vida noturna antes dos 30 anos, voltou ao tempo em que abordava as menininhas da faixa dos 20, mas com a diferença que, agora, ele estava quase 20 anos mais velho. Mas pouco ligava para isso. Se considerva um "boa-pinta", e de fato estava bem conservado. Aparentava menos idade do que tinha e isso lhe dava autoconfiança. – Você, com esta sainha curta e esse cabelo preso, parece uma menininha de ginásio, lindin

Cantadas em festas...

Vai com tudo Ao final da festa, quando tu já estiver "enjoando" de apenas "ficar" com aquela gata naquela noite, dá pra largar essa antes de irem embora: – E aí, gata, amanhã de manhã, te telefono ou te cutuco? De boca fechada, ela é linda Essa aconteceu com um amigo meu, há alguns anos, em um bailão no interior do interior. A coisa tave meio braba naquela festa, mas o meu amigo, que não paga por rodízio sem devorar a picanha, começou a percorrer o salão. Colocou o olho numa vítima e decidiu. Seria aquela. De fato, era a "melhor coisa" que ele tinha visto até então no local, cujo forte não era mesmo a reputação de ser frequentado por beldades. Se aproximou e tascou, com a sinceridade que um homem precisa pra conquistar uma mulher: – Sabia que tu é a mulher mais linda desta festa? De pronto, ela respondeu, com aquele sotaque peculiar de interiorana germânica: – Ah, para, má cruizzz – sorriu ela, encumpridando o "z" no final da frase, e tirando to

O Beco do Franklin

Depois que aquela voz feminina repetiu pela sexta vez uma instrução que o motorista ignorara, cheguei a imaginar que o taxista fosse quebrar a socos o GPS do Santana que me transportava do centro da cidade à zona leste naquela noite. Afinal, de que adianta ter um equipamento caro desses instalado no teu carro se ele não serve pra nada? – A 600 metros, vire à direita. Em seguida, vire à esquerda – insistia ela. Seiscentos metros adiante, o motorista seguia reto, desconsiderando o apelo de sua navegadora computadorizada que, porém, não se dava por vencida. O próprio computador de bordo tratava de corrigir o percurso e a voz retornava: – A 300 metros, vire à esquerda. Chegando no cruzamento, nosso amigo motorista, o que fazia? Virava à direita! Até que, a cerca de um quilômetro da minha casa, a voz deu a ordem que me pareceu definitiva. – A 600 metros, vire à esquerda. Aí eu não resisti, e fui obrigado a brincar com o motorista do táxi: – Até que enfim essa mulher que trabalha contigo ace

Sobre ídolos e mortes

O que James Dean e Michael Jackson tinham em comum e de diferente? De comum, o óbvio: ambos foram ídolos, em épocas distintas, mas ídolos de gerações. De ídolos, viraram mitos. De diferente, eles tiveram quase tudo. O rebelde Dean partiu jovem, bonito, no auge, aos 24 anos, ao se arrebentar com seu Porsche em uma estrada da Califórnia. Morreu como viveu. Loucamente. Procurou a morte. O frágil e inseguro Jackson passou pela vida com medo, tentando fugir da morte. Viveu o dobro de anos de Dean, mas ao contrário deste, que se arriscava demais e se expunha demais, em pleno sucesso preferiu a reclusão, talvez achando que, com ela, estaria seguro. Fechado em casa, assistido por médico e entupido de remédios, não conseguiu impedir que a morte o alcançasse. Brilhou por quase três décadas, teve amigos, fãs aos milhões, três filhos e duas mulheres. Mas morreu só e decadente. A imagem que ficará para sempre de Dean, em seus pouco anos de vida e de astro de cinema, é do jovem rebelde, olhos claros

Quanto falta pro verão?

13 graus foi a máxima de hoje. Esqueci a ceva na sacada e ela congelou. Corre tanta água nas paredes aqui de casa que tomo banho de chuveiro desligado. Pros próximos dias, a previsão é de mínima de 3ºC em Porto Alegre, possibilidade de neve na Serra. Há quem goste. A Naná, por exemplo, minha colega na FIERGS, adora. Pudera: descendente de ucranianos, vizinhos da Sibéria, queriam o quê? Tá no DNA desse povo gostar de passar frio, assim como no do nordestino brasileiro, penar com a seca e o calor. O Luciano, também. Mas a explicação pra esse turco preferir viver congelado ao invés de na beira da praia tomando várias geladas, não entendo. Se bem que o meu amigo Lu é meio estranho: além do frio, é também apaixonado pelo Brasileirão por pontos corridos. Vai entender? Se não fosse gremista, diria que ele é doente. Não vejo graça nenhuma em andar quase sem poder se mexer por causa do excesso de roupas e pelo frio que congela até lágrima. Ótimo pra turista, mas péssimo pra quem, como eu, prec

Os inimigos da Yeda

A governadora deve ter desgostado um monte de gente ao longo de sua proveitosa vida. Só isso explica os inúmeros inimigos que ela fez, ao julgar pelas denúncias que pipocam quase que diariamente contra ela e seu governo: é o Feijó, o PSOL, o PT, o Cpers, o MST, o Lair, a viúva de Brasília, a Veja...alguém mais que eu tenha esquecido? a lista é longa. Coitada, é o mundo contra esta vítima.

O sorriso do sofrimento

Da série "coisas que não consigo entender". O homem é um ser curioso. Reconhece a importância do exercício físico, cada vez o preza mais, mas aí me pergunto: se é tão bom, por que aquela expressão de sofrimento de quem corre? Nunca vi num parque alguém sorrindo enquanto corre, não ao menos por estar correndo. Pode estar rindo de uma história contada pelo parceiro de corrida, ou de algo que escutou nos fones de ouvido. Mas expressão de felicidade, de prazer por correr, nunca vi. E os corredores de maratonas, então, que cruzam a linha extenuados, quase sem fôlego, com dificuldade para respirar e com cara de esforço e dor? O mesmo vale para quem levanta ferro. Fazem musculação, sentados ou deitados, mas o fazem com cara também de quem está sofrendo um bocado para erguer peso. Decididamente, não entendo. Alguém me explica? Não vejo nos outros a mesma expressão de alegria que eu demonstro quando dou porradas no Bob ou nos sacos de areia nas aulas de boxe. Eu sim faço isso sorrindo

Reforma matemática

Já que a moda é a tal de reforma ortográfica, matemáticos e estatísticos poderiam decidir também pela reforma matemática. 5 + 4 não seria mais nove: - A partir de hoje, 5 + 4 é igual a 6,3. Levamos em consideração a desvalorização dos números desde os tempos remotos. Afinal, são milhões de anos desde a descoberta desta ciência, antes do homo sapiens – anunciaria o presidente da Associação Internacional dos Matemáticos. Seria mais compicado que a reforma ortográfica, suponho. Imagina o que teria de gente, desinformada, perdendo milhões, pagando o que não deveria mais? Mas se na reforma ortográfica já dá este caos todo, imagina a matemática. Eu, que já sou um tanto confuso pra organizar as minhas contas na situação atual, imagina com uma reforma? - Professora, antes da reforma matemática eu tava em recuperação na sua matéria, mas agora, quem me deve pontos na nota final é a senhora - reivindicariam os alunos mais espertinhos, tentando se livrar das provas de recuperação. - Meu bem, já se

O dia em que a igreja traiu Cristo (parte 2)

Foi então que Deus ordenou o castigo a quem se recusara a aceitar o seu filho. Mandou que passassem a conduzir as missas em latim. Quando todos, depois de um grande esforço, conseguiram aprender a rezar em latim, tirou-lhes a voz. Sem a voz, como poderiam eles conduzir seus rebanhos? Como levar a palavra do senhor aos povos? Humildes, os pregadores da palavra foram até ele, e suplicaram, por escrito, obviamente: – Devolva-nos a voz. Deus, que se julgava o mais sábio de todos, só escutava a ele mesmo para tomar as decisões. Sim, afinal de contas, quem poderia estar acima dele? Sem ninguém pra ouvir ou se aconselhar, Deus refletiu, durante horas, e decidiu: – Retornem aos seus povos, conduzam-nos e levem a minha palavra. Terão suas vozes de volta, mas as utilizem com sabedoria, com a minha sabedoria. Mas assim não foi feito.

Títulos politicamente incorretos

Diante da quase patrulha neurótica que virou o "politicamente correto", estávamos nós, jornalistas, a brincar estes dias com manchetes que poderiam causar perplexidade na população justamente por irem na contramão, no "politicamente incorreto". Exemplo de quatro delas, contribuições de meus estimados colegas: "É pirata, mas é barato" "O estorvo da terceira idade" "O lado bom do crack" "Estupro nada, é tesão"

Coisas que não consigo entender:

As criaturas fazem de tudo pra entrar no BBB e quando são eliminadas no paredão saem correndo, alegres, pra abraçar quem tá lá na rua esperando por elas?

De volta!

Tô bem vivo, não se preocupem! Inimigos, parem de comemorar, e comecem a rezar. Tô de volta! É que andei algumas semanas meio "perdido", devorando todas as temporadas do Lost que estiveram ao meu alcance, embora bem atrasado. Graças à gentileza da colega Ana Cris, que me emprestou os DVDs da coleção dela, vi as três primeiras em sequência. Foram, pelos meus cálculos, uns 20 DVDs, mais ou menos, com quatro episódios cada um. Aí, você vê, cada um dos 80 episódios com uns 40 minutos. Não gosto nem de calcular!! 3200 minutos na frente da TV no último mês. Um desperdício (he he!!). Mas Lost é bom, surpreendente, cheio de armadilhas para os protagonistas e o telespect. Tenho algumas considerações a fazer, porém, acerca do seriado: 1) Matei (meu colega Luciano é testemunha) logo o Charlie. Deixa eu explicar: faz tempo, muito antes do Desmond começar com aquelas visões dele, que eu dizia que o Charlie morreria, como de fato ocorreu no final da terceira temporada. Era até meio previsí

O dia que a igreja traiu Cristo

Foi então que Deus, cansado de ver o homem cada vez regredindo mais e esquecendo o caminho que ele há milhares de anos começou a ensinar, resolveu enviar seu filho novamente à Terra. Era tempo de uma aula extra para "refrescar a memória" do planeta. Além disso, se fazia necessária uma conversa séria com aquela parcela da raça humana encarregada de levar ao mundo a sua palavra por meio da igreja. – JC, tenho uma nobre missão para você – disse Deus. Em pleno século 21, Deus se acostumara a tratar o filho pelo apelido. Afinal, quando o menino nasceu, há milhares de anos, o mundo era outro, e as pessoas não costumavam se colocar apelidos, a coisa era mais formal e respeitosa. Não que atualmente a informalidade signifique desrespeito. Você pode ser respeitoso, mesmo sendo informal. Ou o inverso. Ser formal e extremamente desrespeitoso. Mas, voltando à cena, JC se aproximou, obediente como vem sendo nos últimos dois mil anos. Incrível como o tempo pareceu não passar para ele. A apa

Michel Jordan

Diariamente Michel Jordan, alcunha pela qual Robson Antonio era conhecido no Morro da Queimação, ouvia a mesma brincadeira ao cruzar por aquele grupo de amigos que ficava sempre a vadiar pelas escadarias da favela. – Ainda não desistiu de escutar as besteiras dos bacanas lá no asfalto? Aqui no morro você aprende muito mais! – Não tenho vergonha de estudar, não! – respondia à turma, formada pelos últimos de seus amigos de infância, aqueles que, assim como ele, sobreviveram até ali à rotina de violência que ameaçava e amedrontava o morro. Só que, ao contrário de Michel Jordan, esta turma de "vagal" se recusava a estudar. – Um dia provo pra vocês que eu é que estou certo. Não é difícil, basta um pouquinho de boa vontade – insistia ele, seguindo a passos firmes até a escola pública, localizada no pé do morro, na qual participava de uma turma noturna de conclusão do Ensino Médio . Apesar de serem tão diferentes, Michel Jordan (grafado por ele assim mesmo, sem o "a", para

Depressão

Pela carta da governadora ao Santana, tenho o diagnóstico: o mal que aflige o governo do Estado é a depressão. Daí se explica, em parte, o seu constante mau humor.

Deu motim

Dois motins em um dia no Central. Pronto, vai sobrar de novo pro Cpers, o PSOL, o PT, os sindicalistas vagabundos e baderneiros, a oposição xiita. Quem será o culpado desta vez? O problema deste (des)governo da Yeda é transferir responsabilidade e não assumir seus erros.

Façam o que eu digo, mas...

A RBS, como todo o grupo de comunicação, prega o politicamente correto. É importante pra imagem da empresa, claro. Faz campanhas do tipo "Dirija pela Vida" ou de apoio à Fundação Tiago Gonzaga, ambas voltadas à conscientização e educação no trânsito. Louvável. Só que no Planeta Atlântida, mais importante festival de música do Sul do País, que segundo os próprios veículos do grupo, recebeu cem mil pessoas na sexta e no sábado, na praia, um dos patrocinadores foi...uma marca de cerveja. Ora, a mensagem que passa é a seguinte: jovens, venham ao festival, ouçam música até a madrugada, se divirtam, bebam muita cerveja e depois, voltem pra casa. Só que muitos deles voltam de carro. E não é só por isso: o consumo de bebidas alcoólicas não deve ser incentivado aos jovens nunca. Mesmo que eles estejam a pé.

Os privilegiados

Considero-me um privilegiado. Faço parte de uma minoria brasileira que pôde frequentar algumas das melhores instituições de ensino e concluir o Ensino Superior. Não sou de família rica, e meu pai Ruy e minha mãe Lorena não precisaram de pouco esforço para dar aos seus quatro filhos uma ótima formação. Sou muito grato a eles por isso, embora seja obrigação dos pais prover seus filhos de educação. Agradeço a eles por terem entendido perfeitamente isso. Vejo pais que preferem dar maior importância a outros valores, como bens materiais, por exemplo. Nós, os quatro irmãos, concluímos o 2º Grau (atual Ensino Médio) em escolas particulares. Depois, aqueles que fizeram faculdade em universidade privada (o meu caso), tiveram seus estudos pagos pelos pais. Por isso, fico muito satisfeito quando vejo pessoas como o piauiense Geovan Araujo ser aprovado como cotista no vestibular de Matemática da UFRGS. Ele agora também pode ser considerado um privilegiado. Ex-morador de rua, integrou a maioria exc

Bad influence

Tanto se debate sobre a (má) influência do excesso da língua inglesa no cotidiano brasileiro. Por exempo: liquidação virou "off", baixar arquivo da internet é fazer "download". Você, neste momento, está lendo um "blog", que se origina do inglês "weblog", que numa tradução simples se trata de um diário postado na internet. Mas o que me espanta é constatar a influência destes termos em inglês sobre justamente aqueles que deveriam dar o exemplo e menos se deixar contaminar por este tipo de "colonialismo": nós, os jornalistas. Pra quem não sabe, nas redações se escuta uma série de termos "bonitos" do inglês, pura frescura. É lead (o primeiro parágrafo de uma matéria), release (o texto que as assessorias de imprensa enviam às redações), deadline (prazo final), só para citar três dos mais comuns entre as dezenas de expressões em inglês adotadas pelos jornalistas brasileiros. A Folha, por exemplo, tem um ombudsman. Na TV, você pode

"Fubangos"

Ah, o verão...Férias, mar, sol, calor, cerveja, caipirinha, a mulherada na beira da praia e os..."fubangos". Essa palavra a Kátia, uma colega de trabalho, largou esses dias e eu, um blogueiro de "40 e poucos", não conhecia. Ela se referia a uma breve temporada que passou em dezembro em Santa Catarina. Não curtiu muito, ela que se trata de uma mulher de gosto sofisticado, exigente. "Tem muito fubango naquelas praias, sou mais o Rio de Janeiro. Um dia ainda vou morar no Rio!" Não falei que era uma mulher exigente? Não lhe são as belas praias de Santa Catarina suficientes, precisa ser o Rio. Será que Copacabana não tem "fubangos", sela lá o que for isso? Bom, com relação a "fubangos"... Não adianta procurar no Aurelião, é uma palavra nova demais pra constar no Aurelião. Você, que é uma pessoa moderna, vai na internet. Clica no Google. Não sou eu que vou explicar aqui. Até porque, embora a Kátia tenha tentado me explicar, continuo sem saber

Vou explicar uma coisa pra vocês...

Já que estamos em época de Fórum Social Mundial, lembrei-me de uma coisa, que a Simone, a minha mestra em linguística predileta, comenta comigo: discurso "ideologizado" não existe apenas na esquerda. Portanto, digo eu: quando a imprensa, pra justificar porque determinado candidato de esquerda não "emplaca" com o eleitor, se apressa em dizer que o que o prejudica, entre outros fatores, é o seu "discurso ideologizado", está apenas inventando uma tese pra explicar o que ela própria não sabe. Ora, a direita e o centro também têm ideologias, não apenas a esquerda. Como se ter ideologia fosse um defeito, ou um problema.

De volta o viajandão

As cinzas do brother Todo final de tarde o ritual era o mesmo. Guillermo esperava o sol começar a se refletir dourado no mar junto aos molhes para remar com seu pranchão rumo às ondas que ele não abria mão em seu período de férias. Executivo de uma multinacional sueca, solteiro, na faixa dos 30 anos, ganhava o suficiente para surfar em qualquer praia do mundo que desejasse. Indonésia, Havaí, os melhores picos estavam ao seu alcance. Bastava passar o cartão de crédito, comprar a passagem e pegar o avião. Mas ele desprezava esses points, preferidos por 10 entre 10 surfistas. Não por temer suas traiçoeiras ondas, nem por se julgar incapaz de dominá-las. Preferia jogar a prancha sobre a carroceria de sua quatro-por-quatro e dirigir pouco menos de 200 quilômetros para flutuar sobre as ondas imperfeitas daquela praia que ele considerava sua. Algo de especial o atraía para aquele balneário ao norte do seu Estado, que ele começou a frequentar com os pais ainda na pré-adolescência, havia mais d

Preparando a volta

após quase um mês de descanso em merecidas férias, estou preparando a volta. Sei que meus seis leitores estão ansiosos! Aguardem a história do surfista gay e outras novidades. abraços