Welcome to the first world!!
Em 2014, a Copa. Em 2016, os Jogos Olímpicos. Bem-vindo ao primeiro mundo, cidadão brasileiro! Finalmente, você deixou de ser um Zé Ninguém e passou a ser um Zé Alguém. Somente com a aventura carioca, estão previstos investimentos de US$ 14 bi, entre o setor público e privado. Certamente, a maior parte, pública, como sempre. Um outro tanto para a Copa do Mundo, que apenas para reformar e construir estádios nas cidades sedes seriam cerca de R$ 2,8 bilhões. Isso por baixo, mas como o orçamento sempre estoura nesses casos, vai saber...Aí, aparece o dinheiro público para socorrer. Como no último Pan, também no Rio, quando prevíamos R$ 400 milhões de gastos e acabamos gastando R$ 4 bi. Um "pequeno" estouro.
Eu, ao contrário da maioria daqueles que me cercam, que não escondem a euforia, estou chateado. Trabalhei durante 20 anos no jornalismo esportivo, mas nem precisaria disso pra saber que competições deste tipo no País são feitas para poucos faturar muito, e muitos, alijados, curtir a festa do lado de fora. Ou pela TV. Políticas públicas de fomento de esporte na base, nas escolas, universidades, apoio à formação de ateltas, inexistem. A "política de incentivo" de entidades públicas vem na forma de patrocínios. Milionários, que afinal de contas, é preciso dividir o bolo entre os amigos. Formação de talentos não dá lucro, não interessa, o importante é faturar.
Somos um país pobre, carente de educação, segurança, habitação, saúde, emprego, transporte, carente de quase tudo. Mas poderemos nos dar ao luxo de torrar milhões de reais, com a diferença de apenas dois anos entre uma competição e outra, em estádios suntuosos, ginásios luxuosos, construções magníficas. Quem investirá na saúde de quem morre à espera de atendimento na fila do SUS? Quem gastará milhões pra educar o filho do favelado? Isso terá de esperar. Mas, afinal, o que é esperar mais uma década para um povo que se acostumou a esperar por mais de 500 anos? Temos de nos voltar pra investir na Copa e na Olimpíada, ora bolas!!
Pra não dizerem que não falei de flores, talvez fique algo de bom: a euforia, a emoção que vi em alguns olhos brasileiros na Dinamarca hoje, logo após o anúncio, pareceram-me autênticos. O Lula chorou, o Nuzman beijou o Lula, o Pelé foi às lágrimas. Mas também vi o Michel Temer lá, de papagaio do Lula. Sei não. Espero que esta integração entre políticos de partidos diferentes, parecendo tão amigos, tão unidos pelo Brasil, seja um prenúncio. Será mesmo? Talvez eles tenham aprendido e um novo país realmente comece. Tá bom, tá bom, não custa nada sonhar. E também talvez, daqui a sete anos, eu tenha mudado minha opinião sobre a olimpíada no Brasil. Quem sabe.
Brasileiros, welcome to the first world!
Eu, ao contrário da maioria daqueles que me cercam, que não escondem a euforia, estou chateado. Trabalhei durante 20 anos no jornalismo esportivo, mas nem precisaria disso pra saber que competições deste tipo no País são feitas para poucos faturar muito, e muitos, alijados, curtir a festa do lado de fora. Ou pela TV. Políticas públicas de fomento de esporte na base, nas escolas, universidades, apoio à formação de ateltas, inexistem. A "política de incentivo" de entidades públicas vem na forma de patrocínios. Milionários, que afinal de contas, é preciso dividir o bolo entre os amigos. Formação de talentos não dá lucro, não interessa, o importante é faturar.
Somos um país pobre, carente de educação, segurança, habitação, saúde, emprego, transporte, carente de quase tudo. Mas poderemos nos dar ao luxo de torrar milhões de reais, com a diferença de apenas dois anos entre uma competição e outra, em estádios suntuosos, ginásios luxuosos, construções magníficas. Quem investirá na saúde de quem morre à espera de atendimento na fila do SUS? Quem gastará milhões pra educar o filho do favelado? Isso terá de esperar. Mas, afinal, o que é esperar mais uma década para um povo que se acostumou a esperar por mais de 500 anos? Temos de nos voltar pra investir na Copa e na Olimpíada, ora bolas!!
Pra não dizerem que não falei de flores, talvez fique algo de bom: a euforia, a emoção que vi em alguns olhos brasileiros na Dinamarca hoje, logo após o anúncio, pareceram-me autênticos. O Lula chorou, o Nuzman beijou o Lula, o Pelé foi às lágrimas. Mas também vi o Michel Temer lá, de papagaio do Lula. Sei não. Espero que esta integração entre políticos de partidos diferentes, parecendo tão amigos, tão unidos pelo Brasil, seja um prenúncio. Será mesmo? Talvez eles tenham aprendido e um novo país realmente comece. Tá bom, tá bom, não custa nada sonhar. E também talvez, daqui a sete anos, eu tenha mudado minha opinião sobre a olimpíada no Brasil. Quem sabe.
Brasileiros, welcome to the first world!
Comentários