Quarentão sem noção
Foi então que, depois de anos casado, Eliseu viu-se, aos 42, divorciado. Livre da Ester, que ultimamente vinha sendo mais um estorvo do que uma companhia. Passou, então, a frequentar bares e boates. Só que Eliseu era totalmente "without notion", ou "sem noção", como preferirem. Andava "enferrujado" da vida noturna, hábito que perdera depois que passou a viver a rotina caseira de seu "castigo" com Ester. Nesta sua nova fase, apesar de agora um quarentão, Eliseu dificilmente abordava as mulheres da sua idade. Como parou de badalar na vida noturna antes dos 30 anos, voltou ao tempo em que abordava as menininhas da faixa dos 20, mas com a diferença que, agora, ele estava quase 20 anos mais velho. Mas pouco ligava para isso. Se considerva um "boa-pinta", e de fato estava bem conservado. Aparentava menos idade do que tinha e isso lhe dava autoconfiança.
– Você, com esta sainha curta e esse cabelo preso, parece uma menininha de ginásio, lindinha – largou ele, certa vez, ao abordar uma moreninha, de panturrilhas salientes e e coxas grossas.
– Ginásio, que ginásio? – olhou ela, espantada, como se tivesse escutado um palavrão.
Constrangido, Eliseu se retirou, depois que a morena deu às costas e voltou a conversar com a amiga no balcão do bar.
Em outra ocasião, o quarentão sem noção, ao tentar quebrar o gelo com Suzane, a nova colega de trabalho 14 anos mais nova que ele admirava muito mais por sua beleza do que por seu talento, largou essa:
– Esse relatório tá ficando um verdadeiro poltergeist – comentou, com um sorriso
– Polter o quê? – foi a única resposta que ele obteve da colega, concentrada demais em seu computador e de menos no papo do colega da mesa do lado.
– Nada, é melhor esquecer – disse ele, voltando os olhos para seu serviço – Poltergeist, o Fenômeno, aposto que ela nem abe o que é isso. Talvez seja porque, em 1982, quando o filme foi lançado, acho que ela nem era nascida – pensou ele.
(CONTINUA)
– Você, com esta sainha curta e esse cabelo preso, parece uma menininha de ginásio, lindinha – largou ele, certa vez, ao abordar uma moreninha, de panturrilhas salientes e e coxas grossas.
– Ginásio, que ginásio? – olhou ela, espantada, como se tivesse escutado um palavrão.
Constrangido, Eliseu se retirou, depois que a morena deu às costas e voltou a conversar com a amiga no balcão do bar.
Em outra ocasião, o quarentão sem noção, ao tentar quebrar o gelo com Suzane, a nova colega de trabalho 14 anos mais nova que ele admirava muito mais por sua beleza do que por seu talento, largou essa:
– Esse relatório tá ficando um verdadeiro poltergeist – comentou, com um sorriso
– Polter o quê? – foi a única resposta que ele obteve da colega, concentrada demais em seu computador e de menos no papo do colega da mesa do lado.
– Nada, é melhor esquecer – disse ele, voltando os olhos para seu serviço – Poltergeist, o Fenômeno, aposto que ela nem abe o que é isso. Talvez seja porque, em 1982, quando o filme foi lançado, acho que ela nem era nascida – pensou ele.
(CONTINUA)
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