O emo

Tem a história aquela da moça do Interior que, residindo na Capital, voltou um dia a sua terra natal pra visitar os pais. No sábado, pra não ficar entediada em casa, já que estava acostumada a sair ao menos duas vezes por semana desde que se mudara pra cidade grande, apanhou outras patricinhas e decidiu atualizar as fofocas no barzinho local. Na verdade, um bar com pista de dança, no qual os filhos das famílias mais abastadas se encontram aos finais de semana. Sentada com as amigas, ela percebeu a presença de um rapaz diferente em uma mesa próxima, um que ela não lembrava de conhecer, isso que ela era bem popular na cidade. O cara era "bem bonitão", e logo a aproximação entre ambos – morena, bronzeada, coxas de academia de ginástica, ela também era a que mais se destacava entre as cinco mulheres do grupo – aconteceu. Rapidamente, após 20 minutos de conversa, tirou a ficha e a folha corrida do "gato": filho de um comerciante que começou vendendo madeiras e se tornou um grande empresário do ramo de materiais de construção de um município vizinho, estava na cidade fechando uma venda para um grupo que iria construir um hotel. Resolveu ficar por lá mais um dia após o convite de uns amigos, que o levaram ao bar.
Ao retornar à sua mesa, a moça foi logo disparando, ao perceber o olhar de curiosidade das amigas:
– Nossa relação não tem futuro, ele é um verdadeiro emo, um autêntico emo – disse.
– Como assim? – perguntaram.
– Emo, o cara que fala "levemo, busquemo e atrasemo" – encerrou o assunto, antes de pegar a bolsa e sair em disparada à porta da rua.

Comentários

Linguageira disse…
Isso se chama preconceito linguístico!

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