Liberdade vigiada

Já que a vida é mesmo um big big brother, e hoje tem a final, estava eu debatendo sobre as redes sociais com a Simone, que até foi quem me sugeriu que escrevesse no blog sobre isso. Eu, realmente, devo ser um cara mais "antigo" do que penso. Para começar, não sou uma pessoa que fique muito "à vontade" com os recursos que a informática nos proporciona, e isso, nos dias atuais, é um atraso. Tenho orkut (que fiz meio a contragosto, admito, atendendo um pedido da Manô e da Simone), facebook (que acabei me cadastrando por "imposição", para aceitar um amigo que me convidou, caso contrário, não teria feito) e twitter (que nunca acesso). O máximo da modernidade pra mim, até bem pouco tempo atrás, eram dois emails, um blog e um MSN. Cheguei ao ápice quando instalei uma webcam no meu micro pro skype. Mas, de fato, não me sinto à vontade com tudo isso, não me agrada a ideia de ser invadido por pessoas que sequer conheço (tampouco pelas que conheço!) como ocorre, por exemplo, no facebook. Um amigo seu na rede fez amizade com uma terceira pessoa e você, que nada tem a ver com isso, recebe uma msg avisando que o fulano acabou de estabelecer amizade com cicrano. E keko? E quando um cara em São Paulo, que está entre seus amigos, conecta e envia msg para outro em Zurique, que você nem sabe que existe, aí você, em Porto Alegre, lê tudo como se fizesse parte do diálogo? Absurdo. É exposição em demasia. Por isso, o big big brother. Se eu gastasse o meu dia acessando todas estas janelas da grande rede, precisaria de uma secretária pra dar conta de tudo. Ou largaria o emprego pra poder me comunicar com todos e não deixar ninguém sem resposta.
A rede que nos liberta é a mesma que nos escraviza.

Comentários

Linguageira disse…
Puxa! Que final apoteótico! Não. Não é ironia. Concordo contigo. Pra tudo tem limite!

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