Amnésia

Deixei o esporte da ZH em junho de 2006, e desde então acompanho apenas como leitor e apreciador da editoria na qual atuei por quase 20 anos. E como leitor (e também como jornalista, claro) me entristece ver que nesses quatro anos o esporte perdeu o Boró e, agora o Mário Marcos, dois de meus ex-chefes editores. O Boró foi transformado em repórter especial da geral e o Mário, decidiu sair depois que "suspenderam" a coluna diária dele. Sem falar no professor Ruy, que passou a ser somente duas vezes por semana. Personagens que convencionamos chamar "os cabeças brancas", tão importantes e tão em falta nas redações atuais, por representarem a experiência e o conhecimento de quem vivenciou fatos e a história, além de, no caso do Mário e do Boró, terem ótimos textos. Desse jeito, vão sobrar só o "veinho" Jones e o Benfica, competentes e com gás que muito guri não tem.
Por que descartar gente tão importante? Ok, talvez eles não produzissem tanto em quantidade (não sei se é o caso) diante da linha de fábrica que se transformaram as redações de nossos "diários". Muita produção com pouco controle de qualidade. Mas como abrir mão assim em uma cartada só de dois "dinossauros?", com todo o conhecimento e capacidade de um Mário e um Boró? A quem se reportar na redação? De quem ouviremos ou leremos as histórias que não presenciamos e eles podiam nos contar e escrever? Para quem os novos (e velhos) repórteres pedirão conselhos, quem os orientará? Ao menos se tivéssemos substitutos à altura...Mas não os vejo. É como eu digo: pra que memória, se temos o google?

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Porto Alegre que me faz feliz

O enigma de Alice

O voo de Cília