O grande BBB

Larguei o jornalismo (diário, vamos deixar bem claro) em 2006, quando deixei a redação de veículo pra entrar na assessoria de imprensa que trabalho até hoje. Mas é impressionante observar, agora acompanhando mais de fora, como fornecedor, não consumidor, como o jornalismo mudou em tão pouco tempo. É cada vez mais um grande BBB. Cada vez mais os jornalistas, que deveriam ser como juiz de futebol, que quanto mais despercebido passar, melhor, são o fato, mais importantes do que as notícias que relatam. Na TV, especialmente, e no rádio, já se via aquele narcisismo, os repórteres-estrelas, mas agora vê-se isso cada vez mais também em jornais. É fotinho de repórter ao lado do nome, nas excessivas matérias assinadas. E hoje, vendo a cobertura dos veículos sobre a morte de Bin Laden, vejo, ouço e leio muitos se vangloriando da excelência de suas equipes por se puxarem, montarem forças-tarefas e fecharem edições com a notícia da morte do cara, que entrou nas redações por volta de meia-noite. Ora, por favor, se um jornal não é capaz disso, que é a essência do jornalismo (a notícia), pode fechar, então. Poupem os seus leitores dos autolelogios por terem sido capazes de virar uma edição. Por que tamanha valorização de uma coisa tão simples?

Comentários

Nilo Cabral disse…
Apoio integralmente. Sou adepto, inclusive de poucos boletins em matérias, conforme, nenhum.

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