O que o esporte nos ensina

Quando eu e a Simone decidimos trocar nossa filha de escola, no final do ano passado, levamos em conta, além da óbvia questão da qualidade do novo colégio, também um fator que sempre consideramos importante na educação: a prática esportiva. Pois esta semana, ao participar da estreia em sua primeira competição oficial na seleção de handebol do Rosário, Manoela e suas colegas de time deixaram uma lição a nós, adultos. Ao terminar a partida, olhei para a Simone, que acompanhava o jogo nas arquibancadas ao meu lado, e sem entender muito o que se passava em quadra, perguntei. “O que elas estão comemorando?”. Mesmo derrotadas por 10 a 8, as meninas se abraçavam, gritavam e pulavam. Do outro lado, o time vencedor assistia à cena, meio incrédulo, sem o mesmo entusiasmo. Mais tarde, nossa filha nos explicou o motivo de tamanha euforia: elas haviam enfrentado uma equipe superior, com jogadoras nascidas no ano de 2000, enquanto todas do time dela eram de 2001. Nessa fase de crescimento em que se encontram, um ano faz bastante diferença. Em quadra, era perceptível a vantagem física das adversárias, mais fortes e mais altas. “Não fizemos feio”, simplificou a Manoela. Como seria bom se exemplos como esse pudessem ser aplicados ao esporte de alto rendimento brasileiro. Em boa parte das vezes, ser vice-campeão – o que significa que você superou dezenas de adversários para chegar ao segundo lugar –, é motivo de vergonha e pode até ser considerado um fracasso. E que sirvam de aprendizado a nós, pais, tantas vezes exigentes na cobrança por resultados de seus filhos.

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