Mensagem para Manô

Manoela, minha filha amada:


Neste Dia dos Pais, quero te dar parabéns. És tu que o merece. Desde o momento em que expressaste o teu primeiro som, naquele 31 de outubro de 2001, te tornaste protagonista. O personagem principal de uma obra que, se eu não a vivesse contigo, juraria tratar-se de ficção.

Mal chegaste aos sete anos de vida, Manoela, mas é incrível o teu poder. O poder de transformar, que vem desde quando, como já te falei, deste o teu primeiro berro nos braços da obstetra, já reivindicando a atenção do mundo e de teu feliz e aflito pai de primeira viagem. Pai que, seguramente, é outro homem desde então. Aí está o teu primeiro mérito. A capacidade de, mesmo tão pequena e indefesa, quebrar as resistências de um cara já maduro, que se julgava devidamente vacinado contras as armadilhas que nos prega o coração. Mas que, surpreendido, se deixa vencer diariamente por um sorriso teu, um pedido, uma palavra, uma expressão, um olhar, ou mesmo um movimento de corpo, por mais sutil que seja.

Tu conseguiste me fazer um homem melhor. Desde que abençoaste a minha vida com tua presença, tornei-me mais sensível e responsável. Passei a dar menos importância a mim, e mais ao mundo, pois afinal, será ele que te abrigará quando eu e mamãe não estivermos mais aqui para te proteger (coisa que, tenho certeza, vai demorar um bocado para acontecer, pois eu e a Simone vamos viver até uns cem anos para podermos desfrutar ao máximo de tua companhia). E queremos que tu cresças em um mundo saudável e seguro.

Olho agora para outras crianças com quase a mesma preocupação e ternura que faço para ti, porque sei que elas são tua imagem. Parecidas, nunca igual, porque outra igual a ti, minha filha querida, é impossível.

Até a vida mais "desarrumada" de agora é para mim indispensável. Afinal, de que vale uma vida certinha sem a felicidade plena no coração? Não saberia mais como passar meus dias sem aquele par de chinelos solto na sala, aqueles livros largados na cama, ou aqueles brinquedos atirados sobre o sofá. Ou sem sentir aqueles chutes que me acordam nas noites que dormes com papai e mamãe. São provas de tua presença, Manoela, e me fazem lembrar de ti a todo instante. E que se tornaram, para mim, imprescindíveis. Como o amor que sinto por ti.

Um beijo do teu pai, teu fã, que muito te ama. E obrigado.



9 de agosto de 2009

Comentários

Luciano disse…
Simplesmente lindo, meu amigo.

Abração!!

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