O jogo dos erros

Uma das razões que me fazem não gostar de vôlei é o fato de ser um jogo de erros, não de acertos. Raciocine comigo: se você seguisse tudo certinho, sacando e o adversário respondendo, atacando, sem que ninguém cometesse erros, o jogo seria interminável. Portanto, um time só vence se o adversário comete erro. Você não tem como tomar-lhe a bola, por exemplo, como no futebol ou no basquete. É um jogo que privilegia erros, não acertos. Tanto é verdade que não existe empate, sempre sai um vencedor: aquele que erra menos.

Outra: não existe contato físico, o enfrentamento, a chance de você desarmar o adversário, e armar um contra-ataque fulminante. É tanta a aversão do vôlei ao enfrentamento, contato entre atletas que, se você coloca a ponta do tênis no lado adversário, é punido por invasão. Parece guarda de fronteiras. Daqui a pouco, vão instalar minas terrestres na quadra vizinha pra que você não invada. Até no xadrez existe mais enfrentamento. Ao menos você invade o espaço adversário com suas peças pra tentar comer o rei. O que me causa mais espanto é que, mesmo sem contato físico, jogadores de vôlei conseguem se machucar com frequência. Se lesionam sozinhos. Pode isso?

Não existe contagem de tempo. O jogo pode durar três entediantes horas, por exemplo.

Além disso, no nível de explosão que o vôlei se encontra hoje, é o seguinte: é saque porrada, defesa (quando possível), e ataque porrada do outro lado. Uma repetição enfadonha, sem jogadas trabalhadas.
No vôlei feminino, vez que outra ainda se vê um "rali". Só pra usar um termo que os narradores de vôlei adoram. Acho que eles vão começar a jogar em quadras de poeira e barro pra fazer jus ao "rali".

Comentários

Luciano disse…
Bah, texto digno do teu apelido, "enxaqueca"...

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