Diploma

É fato que as faculdades de jornalismo não preparam um profissional. Mas diga-me: qual a faculdade que forma profissionais prontos? Poucas, quase nenhuma, assim mesmo, não porque a escola seja perfeita, mas porque o aluno é excepcional, acima da média, e já sai pronto para o mercado. De resto, o que ocorre é o seguinte: médico só sai apto a abrir corpos e fazer cirurgias depois de anos de prática em residência e em hospitais. Advogado só sai preparado para o júri depois de algumas experiências práticas em júris de verdade. Qual a construtora que entrega o projeto de um prédio a um engenheiro recém-formado para executá-lo sozinho (tenho até medo de pensar sobre isso, acredito que nenhuma seja irresponspável a este ponto)? Primeiro, é preciso alguma experiência em várias obras. Portanto, o ditado é surrado, mas válido: a prática faz a perfeição.
Portanto, cai por terra o argumento daqueles que dizem, que "faculdades de jornalismo não preparam jornalistas" e por isso defendem a extinção da obrigatoriedade do diploma. Mas, ao menos, as faculdades servem como processo seletivo. Só os realmente capazes vencem nelas, e saem delas em condições de batalhar vaga no restrito mercado. É certo que existe muito jornalista diplomado que vira bancário, ou comerciário, por absoluta falta de opções, não porque seja incapaz de escrever um texto. Mas o inverso também ocorre. Existe jornalista diplomado e incompetente, mas este o mercado se encarrega de excluir. São raros desta estirpe empregados nos melhores veículos.
Agora, que liberou geral, alguns veículos ficarão tentados a dar vaga "pra quem pagar mais" ou for "amigo do chefe". Se nas redações proliferam as pautas 500 (aquelas executadas por "pedido especial" de algum diretor ou executivo burocrata), alguém duvida que muitas vagas poderão ser preenchidas pela "cota do fulano"? Vai virar balcão de negócios, tipo CC de cargo público.

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