Tudo Difícil
Segunda-feira, 18 de janeiro. Meu último dia de férias (ai, que tristeza...). Isso em parte explica, além da falta de inspiração e da preguiça, a minha ausência por tanto tempo neste blog. Meu último post foi no ano passado, há quase dois meses, em 26 de novembro. Sei que estou em dívida com vocês, meus fieis cinco seguidores (minha mais nova leitora é a Cristina Lima, que julgo ser a Kikina, grata surpresa que fui ver agora à tarde, quando abri meu blog). Bom, mas voltando às férias...Como bom brasileiro, deixei para o último dia para fazer algo que estou pra fazer há um tempão. Uma nova carteira de identidade! Me toquei de ônibus e no calorão de mais de 30 graus pro centro. Fui ao tal de Tudo Fácil, ali na Borges, que pelo nome parece que, num estalar de dedos e em 5 minutos, seus problemas acabaram. Que nada. Tão apenas começando. Melhor seria ter ficado em casa.
Cheguei lá, exatamente ao meio-dia (sim, estou em férias, e não acordei às sete da manhã pra isso). Na recepção, três jovens mocinhas, que me deram a seguinte informação: "As senhas estão suspensas pra confecção de carteira hoje". Mesmo assim, uma delas me indicou um segundo guichê, subindo as escadas. No qual um jovem rapaz me deu a mesma informação, mas com um complemento: "As senhas estão suspensas hoje, já foram mais de 400 nesse dia, mas se o senhor desejar, pode aguardar aqui, de repente elas reabrem. Ou se quiser, pode voltar mais tarde, daqui uma hora e meia, mais ou menos". Como o tempo perdido sentado seria longo (apesar do ar-condicionado e do livro do Kafka que tinha trazido na mochila contando com algum tipo de espera neste meu "périplo"), resolvi enfrentar o calorão e fazer outras coisas que precisava no centro. Voltei por volta de 14h, e na recepção, outra mocinha pediu que eu passasse novamente no guichê anterior, aquele mesmo da manhã. Como ela não voltou a me dar a informação de que as senhas ainda estavam suspensas, me animei. Subi novamente o lance de escadas e, desta vez, uma moça, não um rapaz, me atendeu e solicitou que passasse no guichê ao lado, o de número 5, no qual se lia: "Senha para confecção de carteiras". Fiquei mais animado ainda. "Oba", pensei, "reabriram as senhas".
No tal de guichê 5, qual não foi minha surpresa quando mais um estagiário me olhou e disparou essa: "As senhas estão suspensas, mas se o senhor quiser pode vir outro dia bem cedo e entrar na fila pra pegar uma ou agendar um horário naquele guichê ali", disse ele, apontando para um espaço onde se lia numa plaquinha pendurada, algo parecido com isso: "Gerência de agendamento". Ora, desta vez eles terceirizaram a burocaria! Em vez de eu ser informado logo na recepção que as senhas estavam suspensas, desta vez precisei passar por de TRÊS guichês pra me darem a mesma informação da manhã. É claro que não esperei, já que pela fila que havia na "Gerência de agendamento" eu ia precisar tirar outra senha (é muita senha na minha vida, já não me bastam as bancárias e as de acesso à internet, que já me atrapalham o suficiente) pra ser atendido e só então poder "marcar a hora!" pra confeccionarem minha CI. Pasmem, é isso mesmo, parece SUS. Ou seja, é a senha pra senha!
Sou mesmo um ingênuo, imaginei que em um local com um nome desses – Tudo Fácil –, montado como uma forma de "agilizar" o atendimento do serviço público ao cidadão, o tempo de espera seria, no máximo, ao de atendimento em uma agência bancária, por exemplo. Fico a imaginar a situação do coitado do cidadão que precisa disso regularmente, não como eu, que só utilizo eventualmente.
Mas como estou no último dia de férias, não quero me estressar. Imagina, arranjar um motivo pra me irritar e chegar mal-humorado ao trabalho nesta terça. Melhor não, deixa pra lá. Tento novamente outra hora. Tem uma outra agência do "Tudo Fácil" na zona norte, perto do Hospital Cristo Redentor. Tentarei lá, mesmo não estnado mais em férias. Vou dar uma "fugidinha" no horário do almoço. Talvez lá o atendimento seja realmente "fácil". Sou um otimista, por que não?
Esse tipo de atendimento ao cidadão deve ser mais uma lição do "novo jeito de governar". Um jeito que, se for mesmo novo, é muito complicado, pois ninguém entende, consegue captar ou ver resultados. Com o "Tudo Fácil" como parâmetro, a morosidade, a incompetência e a má-vontade me parecem iguais a todos os outros governos que já vi. Como uma reprise de filme no Megapix.
Cheguei lá, exatamente ao meio-dia (sim, estou em férias, e não acordei às sete da manhã pra isso). Na recepção, três jovens mocinhas, que me deram a seguinte informação: "As senhas estão suspensas pra confecção de carteira hoje". Mesmo assim, uma delas me indicou um segundo guichê, subindo as escadas. No qual um jovem rapaz me deu a mesma informação, mas com um complemento: "As senhas estão suspensas hoje, já foram mais de 400 nesse dia, mas se o senhor desejar, pode aguardar aqui, de repente elas reabrem. Ou se quiser, pode voltar mais tarde, daqui uma hora e meia, mais ou menos". Como o tempo perdido sentado seria longo (apesar do ar-condicionado e do livro do Kafka que tinha trazido na mochila contando com algum tipo de espera neste meu "périplo"), resolvi enfrentar o calorão e fazer outras coisas que precisava no centro. Voltei por volta de 14h, e na recepção, outra mocinha pediu que eu passasse novamente no guichê anterior, aquele mesmo da manhã. Como ela não voltou a me dar a informação de que as senhas ainda estavam suspensas, me animei. Subi novamente o lance de escadas e, desta vez, uma moça, não um rapaz, me atendeu e solicitou que passasse no guichê ao lado, o de número 5, no qual se lia: "Senha para confecção de carteiras". Fiquei mais animado ainda. "Oba", pensei, "reabriram as senhas".
No tal de guichê 5, qual não foi minha surpresa quando mais um estagiário me olhou e disparou essa: "As senhas estão suspensas, mas se o senhor quiser pode vir outro dia bem cedo e entrar na fila pra pegar uma ou agendar um horário naquele guichê ali", disse ele, apontando para um espaço onde se lia numa plaquinha pendurada, algo parecido com isso: "Gerência de agendamento". Ora, desta vez eles terceirizaram a burocaria! Em vez de eu ser informado logo na recepção que as senhas estavam suspensas, desta vez precisei passar por de TRÊS guichês pra me darem a mesma informação da manhã. É claro que não esperei, já que pela fila que havia na "Gerência de agendamento" eu ia precisar tirar outra senha (é muita senha na minha vida, já não me bastam as bancárias e as de acesso à internet, que já me atrapalham o suficiente) pra ser atendido e só então poder "marcar a hora!" pra confeccionarem minha CI. Pasmem, é isso mesmo, parece SUS. Ou seja, é a senha pra senha!
Sou mesmo um ingênuo, imaginei que em um local com um nome desses – Tudo Fácil –, montado como uma forma de "agilizar" o atendimento do serviço público ao cidadão, o tempo de espera seria, no máximo, ao de atendimento em uma agência bancária, por exemplo. Fico a imaginar a situação do coitado do cidadão que precisa disso regularmente, não como eu, que só utilizo eventualmente.
Mas como estou no último dia de férias, não quero me estressar. Imagina, arranjar um motivo pra me irritar e chegar mal-humorado ao trabalho nesta terça. Melhor não, deixa pra lá. Tento novamente outra hora. Tem uma outra agência do "Tudo Fácil" na zona norte, perto do Hospital Cristo Redentor. Tentarei lá, mesmo não estnado mais em férias. Vou dar uma "fugidinha" no horário do almoço. Talvez lá o atendimento seja realmente "fácil". Sou um otimista, por que não?
Esse tipo de atendimento ao cidadão deve ser mais uma lição do "novo jeito de governar". Um jeito que, se for mesmo novo, é muito complicado, pois ninguém entende, consegue captar ou ver resultados. Com o "Tudo Fácil" como parâmetro, a morosidade, a incompetência e a má-vontade me parecem iguais a todos os outros governos que já vi. Como uma reprise de filme no Megapix.
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