"Liberdade de expressão"

A imprensa é ágil. É ágil quando parte para a velha cantilena de defender a "liberdade de expressão". Ou a "liberdade de imprensa". Não que eu seja contra essa tal liberdade. Sou jornalista, seria um contra-senso se não a apoiasse. Só sou contra a tal "liberdade de expressão" pela conveniência (ou conivência) corporativa ou quando, por trás dela, está apenas a defesa de interesses de uma casta, como ocorre em boa parte das vezes que estas frases nos são repetidas. Contra a censura, liberdade de imprensa, sim. Só não vejo na mídia este mesmo discurso libertário quando se trata de discussões claras e debates mais transparentes e profundos sobre temas que vão "contra" os interesses desta casta. Sou contra a censura, mas, por exemplo, a favor de um Conselho que normatize a imprensa. Não existe um conselho de auto-regulamentação publicitária, por exemplo? Por que não um Conselho Federal de Jornalismo? Mas taí um tema (só para citar um) que os grandes grupos jornalísticos não querem nem ouvir falar. Nem discutir. Censuram (opa!), ou atacam, quem tem opinião contrária a deles.
Um Conselho Federal de Jornalismo, ao menos, talvez evitasse que emissoras como a Globo, Record e Rede TV! transformassem um jovem desequilibrado, que matou a menina Eloá em São Paulo, em atração, ao entrevistá-lo por telefone em seus telejornais antes dele alvejar a adolescente com dois tiros à queima-roupa. E talvez uma morte pudesse ter sido evitada se a este "astro de TV" não tivesse sido dada tanta "liberdade de expressão".

Comentários

Luciano disse…
Amigo Renato, só tenho a dizer:

Onde eu assino?
Sheila disse…
É isso aí.. Conselho Federal de Jornalismo, tal como os Conselhos de Medicina, OAB, Economia... E tem mais: o Conselho seria muito importante para o cumprimento das leis trabalhistas, fiscalização de contratações, formalização, etc... Mas o "lobby" dos donos da mídia não deixa!!

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